Deus nos livra do perigo

quarta-feira, 27 de março de 2019

A HISTORIA DE RAABE



          O  oitavo livro da Bíblia Sagrada, Rute, leva o nome de uma estrangeira. Quando  iniciarmos sua leitura descobrimos que na época dos Juizes houve uma grande fome na terra; isso fez com que Elimeleque, homem da tribo de Judá, se mudasse para as campinas de Moabe com sua família para fugir da fome, ele era casado com Noemi e tinha dois filhos, os quais tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; eles ficaram ali quase dez anos. Algum tempo depois Elimeleque morreu e personagens Noemi ficou sozinha com seus dois filhos, Malom e Quiliom, os quais tambem morrerm, ficando assim esta mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido.

          Rute narra uma história com quatro personagens enigmáticos que são: Raabe, Boaz, Rute e Noemi.
          Mesmo não tendo seu nome registrado no livro de Rute, a prostituta Raabe é a sua primeira personagem, ela é mãe de Boaz (Mt 1.5: e Salmom gerou de Raabe a Boaz, e Boaz gerou de Rute a Obede).
          A segunda personagem é Boaz filho filho de Raabe (Mt 1.5: e Salmom gerou de Raabe a Boaz, e Boaz gerou de Rute a Obede). Assim que Boaz é inserido na história, nós descobrimos que ele é um homem muito rico e poderoso (Rt 2.1: E tinha Noemi um parente de seu marido, homem valente e poderoso, da geração de Elimeleque; e era o seu nome Boaz), Boaz no entanto era solteiro (talvez seu celibato se dê ao fato de ser ele filho de uma prostituta).
          A terceira personagem é Rute, uma jovem viuva estrangeira em terras tribais (Rt 1.16a: Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti). A única amiga que ela tinha era sua sogra, que por coincidência também era viuva, seu nome é Noemi (Rt 1.2: “... e o nome de sua mulher, Noemi, ...),
          Noemi, a sogra de Rute passa a ser então a quarta personagem da história. Noemi era muito idosa e já não podia mais ter filhos. Quando Elimeleque seu marido e os seus dois filhos (Malon e Quilom) morreram, ela ficou só (Rt 1.3-5: E morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos, ... E morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim esta mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido).
          Obserrve você que temos aqui como já disse uma história com quatro personagens enigmáticos. Quatro pessoas regeitadas pela sociedade, nós também podemos ver que essas quatro pessoas são sozinhas sem ninguém para compartilhar seus sentimentos e quem sabe as suas revoltas, porém, elas foram alcansadas pela prrovidência divina.
          O livro de Rute narra da história dessas quatro e como você pode ver eu estou contando a história como se ela fosse uma parabola (como fazia o também o Senhor Jesus), e isto para trazer aos seus olhos a clareza da excelência e da grandeza do amor providêncial de Deus para a humanidade caida.

          São quatro as personagens que fazem parte dessa narrativa, vamos supor hipoteticamente que estas quatro pessoas sejam os desfiados fios de um novêlolo de lã no fundo de um cesto de tricô, deixados ali a espera de serem jogados fora pelo Mestre Tecelão. Mas, Ele, o Mestre Tecelão não os descartou. O Mestre os pegou e os teceu juntos e agora nós podemos ver o resultado da obra do Mestre Tecelão.

          Agora que Boaz o filho solteirão da prostituta Raabe, encontra-se com a viuva estrangeira que deixou sua própria pátria para acompanhar sua sogra Noemi (Rt 1.16-17: Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti;  ...; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus....).

          Noemi a sogra de Rute reconheceu em Boaz, seu parente solteirão como um presente de Deus para suas vidas, ela instruiu Rute para que se mostrasse acessivel a Boaz. Rute o faz e os dois se casam.

          Agora o solteirão filho da prostituta Raabe tem uma esposa. A jovem e estrangeira viuva agora tem um marido e um filho. Noemi, sua sogra também viuva e idosa agora tem um neto.  E aqui eu vejo o retrato do amor providencial de Deus na vida destas quatro pessoas.

          Essa é a história de Raabe escondida nas entre-linhas do livro de Rute. É também a história de Boaz, Rute e Noemi. Você conheceu Raabe no livro de Josué quando ela acolheu e escondeu os espias de Josué enviados a Jericó. Rute fica conhecida no início do livro como uma jovem viuva estrangeira em terras tribais, ela é nora da também viuva Noemi. Boaz é o filho de uma prostituta. A prostituta como já vimos é Raabe, aquela que escondeu os dois espias de Josué; Raabe mesmo não sendo mencionada neste livro é citada no evangelho de Mateus capitulo 1 e verso 5, que diz: ”e Salmom gerou de Raabe a Boaz, e Boaz gerou de Rute a Obede, e Obede gerou a Jessé .Salmom era o pai de Boaz e a mãe de Boaz era Raabe”.

          Agora eu te pergunto: Você sabe é a maravilha mostrada nesta história?

      O maravilhoso é que ninguém jamais poderia imaginar que uma prostituta faria parte da árvore genealógica de Jesus O Filho de Deus, mas essas coisas acontecem na Bíblia. E nós nos alegramos muito que seja assim. Nos alegramos muito em saber que Deus o Mestre Tecelão tem um lugar garantido para cada um de nós em seus planos.

Pr João Correia

sexta-feira, 22 de março de 2019

O perfil e a caracteristica do líder

Sumário
Introdução                                                                                           
Vocação Ministerial e Liderança                                                       
Liderança                                                                                             
Princípios de Lealdade e Honra                                                         
Princípios de Honra                                                                            
Bibliografia                                                                                          

Credenciais
Psicologia Clínica – Cursos São Paulo do Brasil - São Paulo SP
Teologia – ITFAD - Instituto de Filosofia e Teologia das Assembleia de Deus - Salvador BA
Capacitação Teológica – IBITEK – Instituto Bíblico Teológico Kenosis – Campo Grane MS
Chapelaria Hospitalar – CPO Brasil - São Paulo SP
Bibliofobia - CPO Brasil - São Paulo SP
Homilética – CPO Brasil - São Paulo SP
Liderança Cristã - CPO Brasil - São Paulo SP
  

A característica e o perfil do Obreiro

          Efésios 4.11-16:E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

          Introdução:
          Você sabe o que são os Dons Ministeriais?
          É a capacitação sobrenatural do Espírito Santo para os servos chamados por Deus para o ministério e, tem a finalidade de os preparar para a execução de Sua obra na terra; todos os servos do Senhor que são chamados para essa obra precisa receber do poder de Deus, tornando-se então dotados de poder e sabedoria para que com destreza trabalhem na tarefa de fazer toda e qualquer tarefa que seja necessária a sua execução no seio da igreja enquanto estiver aqui na terra.
          Para que você tenha uma melhor compreensão do assunto leia as seguintes referências:
          Atos 1.8: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra;

          Efésios 1.19-23: E qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos;

          Romanos 12.6-7: De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;

          1ª Timóteo 4.14: Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério;

          2ª Timóteo 1.6: Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos.

          Ninguém pode realizar esse trabalho a não ser o próprio Deus. A capacidade que os Dons Ministeriais geram na vida do escolhido, e a capacitação para o desempenho da obra opera na vida do servo que está rendido aos pés do Senhor; vem de Deus, é Deus quem age liberando o poder e a ação necessária na vida do ministro, para melhor compreensão veja as referências a seguir:

          João 3.2: Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

          João 15.5: Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.

          Esse trabalho não é feito pula capacitação cientifica, muito menos pela capacitação acadêmica que as faculdades seculares, ou de teologia podem dar ou oferecer, pois, não existe um curso que por mais importante e necessários, tenha o potencial para a capacitação do ser humano para este trabalho. Só o Espirito Santo traz essa capacitação. É através dos dons ministeriais que Deus capacita a todos os servos que são chamados para realizarem a Sua obra aqui na terra. A respeito disso vejamos o que Paulo, homem instruído aos pés de Gamaliel, diz, nas referências a seguir:

           2º Co 3.5-6 não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”

          Efésios 3.7: do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder.

          Não foi pelo que Paulo aprendeu com Gamaliel, e sim pelo que ele recebeu de Deus! Isso é tão maravilhoso que Davi, o salmista de Israel, já havia profetizado isso cerca de mil anos antes de Cristo no Salmo 68 e verso 18, que diz: Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens e até para os rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse entre eles.

          Para que isto pudesse acontecer, o Senhor Jesus pagou um alto preço quando derramou Seu sangue por nós na cruz do calvário, esta ação de Jesus trouxe a nossa disposição os Dons da Graça de Deus, como bem Paulo falou em sua carta aos Colossenses capitulo 2, verso 14, que diz: Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.

          Isto posto, entendemos que a igreja de Jesus Cristo tem a sua disposição os Dons concedidos pela operação do Espírito Santo e pode realizar a obra de levar as pessoas ao entendimento e a compreensão de que Cristo realizou na cruz, ali no calvário a obra que traz a salvação para toda a humanidade.

          Graças a Deus!!!

          Os Dons Ministeriais estão em plena ação na igreja, hoje, apesar de os “cessacionistas” acharem que os Dons foram extintos no primeiro século; atentemos para o verso 13 da carta de Paulo aos Efésios no capitulo 4 que diz: até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.

          Ao lermos esta passagem ficamos mais conscientes de que os Dons Ministeriais continuam atuando na vida da igreja; por isso nós, que somos “continuístas” acreditamos que jamais houve a cessação dos Dons Ministeriais, antes, sabemos que todos eles continuam em plena atividade na igreja de Cristo, e isso vai durar até o arrebatamento da  Igreja.

          Vamos então ver a definição das palavras:


1.    Dons,   Ministério, Ministro, Operação,  Cessacionismo continuísmo


          1. Dom. A palavra “dom” vem do grego Charisma, que é a raiz de Charis (ou graça). Seu significado é: Dom de Graça, dadiva, doação, donativo; aquilo que é doado, cujo doador nesse caso é o próprio Deus. Para sua melhor compreensão veja as seguintes referências:

          Efésios 12.6:De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;

          1ª Coríntios 1.7: De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo;

          1ª Coríntios 12.1: Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes;

          2ª Timóteo 1.6: Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos, e

          1ª Tm 4.14: Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério.

          Ministério. Essa palavra vem do grego Diakonia que significa Oficio, cargo, função, serviço; que é o trabalho de um servo que ministra ou executa a obra de Deus na igreja. Vamos entender esse assunto lendo as referências abaixo:

          Romanos 11.13: Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, glorificarei o meu ministério;

          Romanos 12.7: se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;

           2ª Coríntios 6.3: não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado;

          Colossenses 4.17: E dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras; 1ª Tm 1.12: E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus, Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério, e

          2ª Tm 4.5: Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.

          Ministro. Do grego Diakonos, que significa aquele que serve, cujo verbo grego é Diakoneo que significa: ser servo, servir, ser assistente, vamos entender isso lendo as referências a seguir:

          Marcos 10.43: mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal;

          Romanos 13.4: Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal;

          Romanos 15.8: Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais;

          1ª Coríntios 3.5: Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?

         2ª Coríntios 3.6: o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica;

          2ª Coríntios 6.4: Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias;

          Gálatas 2.17: Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é, porventura

          1ª Timóteo 4.6: Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.

          Apesar do termo, “ministro”, chamar a atenção de quem ministra para que atente para a submissão e a humildade a que se refere este vocábulo, e quem ministra deve fazer seu trabalho com sujeição e simplicidade diante do Senhor e da igreja, todavia, é de extrema grandeza poder ser chamado por Deus para ser um ministro atuante na  obra de Deus.

          Nós, os obreiros, fomos chamados para servir a Deus, aos santos e ao próximo. Veja uma importante referência a esse assunto na carta aos Hebreus, capitulo 6 e verso 10, que diz: Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis.

          Operação. Do grego Energueia, que significa poder de Deus usado para ressuscitar à Cristo. Lendo as referências a seguir fica fácil compreender a operação do poder de Deus:

          Efésios 1.19-20: e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus;

          Colossenses 2.12: Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.

          Veja também uma referência acerca da eficácia, ação, execução, produção e atuação do poder de Deus para a ressureição de Cristo.

          1 Coríntios 12.6: E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos e verso 10: e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.

          Cessacionismo. É a visão dos teólogos reformados e batistas fundamentalistas, geralmente de origem puritana, que afirmam que alguns dos dons do Espirito Santo foram úteis apenas no início da igreja cristã primitiva, tendo sua manifestação cessado logo após o início da expansão da igreja.

          Continuísmo. É a corrente teológica que defende a ideia da continuidade de todos os dons espirituais e ministeriais, incluindo o dom de profetizar, variedade de línguas e curas, da qual nós fazemos parte.

Vocação Ministerial e Liderança

          2ª Co 3.5-6:Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.

          I - Convocação espiritual.

          Se você fosse o técnico de uma seleção de jogadores de futebol, quais seriam os seus critérios para a convocação dos atletas?

          É certo que somos bastante exigentes quando vamos montar uma equipe de trabalho, nós atentamos muito para as qualidades e as habilidades que os candidatos possuem e também na sua representatividade no contexto das atividades para as quais eles irão executar; baseando-se nessa análise, então você faria a convocação dos atletas.

          Deus tem Seu time de obreiros aqui na terra. Mas, a convocação dos integrantes de Sua equipe é feita por critérios diferentes dos quais o homem usaria. Deus tem um princípio estabelecido para fazer Sua convocação. O chamado de Deus aos homens se dá através da Sua infinita graça e não depende de a pessoa ser capacitada ou possuir habilidades extraordinárias. A escolha de Deus é feita tendo como base a vocação, a devoção e o compromisso que cada candidato tem para com Deus. - Vocação é uma palavra derivada do latim, cujo significado é chamado.

          Quando Lutero, o mais renomado reformador do início do século XVI, fez a primeira tradução da Bíblia do latim para o alemão (isso no ano 1522) substituiu a palavra trabalho (arbait) pela palavra beruf (vocação), Lutero insinuou que a vocação é algo gerado internamente para que a obra seja desenvolvida, ainda que alguém não seja um cristão ele terá uma vocação e deve cumprir seu dever de glorificar a Deus através dessa vocação; isto nas palavras de Lutero.

          A vocação não deve ser assumida levianamente, pois a vocação não é suficiente para a execução da obra de Deus por uma pessoa, sem que ela tenha conhecimento. Esta pessoa precisa saber com exatidão que foi devidamente vocacionada por Deus. 
          Aqueles que exercem o ministério sem a devida vocação almejam um bom proposito; mas não recebe as bênçãos por seus labores, eles podem ser os pregadores mais eloquentes e os melhores oradores, mas nunca serão edificadores do reino de Deus.

          Nosso chamado não está associado ou ladeado ao nosso talento natural ou nossas habilidades. Nosso chamado é feito através da graça de Deus. Nós não o merecemos, não somos sacerdotes pelo fato de termos caminhado alguns quilômetros a mais na estrada da vida cristã. Nosso chamado vem unicamente e exclusivamente pelo alcance da graça de Deus em nossas vidas.

          Nosso dilema em particular está situado no fato de não sabermos exatamente o que nos qualifica para o cumprimento desse chamado (vocação). Por vezes nós sentimos não ser aquela pessoa que a obra exige, por vezes nos sentimos despreparados para o exercício e a execução da nossa missão. No entanto, alguns exemplos bíblicos nos mostram que o que nos qualifica para o ministério, é unicamente, ou seja, basicamente a obediência a Deus. Agora você vai ver exemplos bíblicos dessa questão em particular.

1.    Noé nunca tinha visto a chuva, nem tampouco conhecia o mar, mas foi obediente à Deus e pela sua fé exerceu essa obediência a Deus construindo uma arca.

2.    Abraão foi chamado por Deus e sua obediência incondicional lhe conferiu o título de pai na fé.

3.    Moisés não se qualificou por meio da ciência do Egito, mas pela obediência a Deus que lhe permitiu libertar o povo de Deus do Egito.

4.    Davi nunca havia sido guerreiro (era muito jovem para isso), mas a sua obediência o fez enfrentar e derrotar o gigante.

5.    Mateus era desqualificado para a religião, pois não passava de um indesejado publicano cobrador de impostos. No entanto foi chamado por Cristo e obedeceu.

          Isto posto, podemos afirmar que a única coisa que Deus exige para sermos Seus ministros é a obediência.

          Não podemos dizer que abraçamos a fé se nos falta a disposição para obedecer a Deus. Através da obediência a fé se torna evidente e pela fé a obediência se manifesta.

          Só quem é obediente pode crê. Faz-se necessário a obediência à uma ordem concreta para que se manifeste a operação da fé na vida de uma pessoa. Crê é o primeiro passo que se dá para a obediência, isso acontece para que sua fé não se transforme numa ilusão ou numa graça que chamamos de graça barata. Tudo depende do primeiro passo, crê; ter fé, isso é o que se distingue qualificativamente de todos os passos seguintes.

          O primeiro passo que Pedro deu, foi abandonar totalmente sua vida de pescador, abandonar as redes de pesca e seguir a Jesus; Pedro acreditou nas Palavras de Jesus, por isso O seguiu, nós, a exemplo de Pedro, também precisamos acreditar que é Cristo que nos tem chamado para Sua obra; no entanto, além dos critérios já mencionados acima, a nossa chamada pode ser bem mais situada e fundamentada se nós viermos a atentar para alguns requisitos básicos que são a base e o norte para o ministério, por isso procure ter as respostas para as seguintes perguntas:

1.       Quem me chamou?
2.       Quando ocorreu este chamado?
3.       Para que eu fui chamado?
4.       Para onde eu fui chamado?

1.    Quem me chamou? É preciso que o vocacionado tenha uma convicção interna de que realmente ele foi chamado por Deus para exercer um ministério. É a certeza de que realmente fomos chamados por Deus que nos faz trilhar a direção certa. A certeza de que foi Deus quem nos chamou e não algum líder ou alguma conveniência, nos fornece todos os fundamentos para o exer-cício do ministério.

2.    Quando ocorreu este chamado? É necessário que haja um memorial desse chamado, uma experiência marcante, uma convicção. Todos os que foram chamados por Deus sabem quando esse chamado aconteceu, isto está insistido nesse chamado uma experiencia com Deus que deixou marcas profundas na vida de cada um que recebeu esse chamado. Vemos como exemplo o caso de Isaias que identificou a sua chamada no ano em que morreu o rei Uzias (Is 1.6). no caso de Moisés foi o episódio da sarça ardente. No caso de outros profetas foram as visões que eles receberam de Deus, podemos tomar como exemplo a experiencia do encontro de Paulo com Jesus Cristo.

3.    Para que eu fui chamado? É muito importante identificar para qual área Deus nos chama para atuar. Muitos obreiros insistem em ser pregadores do evangelho, quando na verdade seu chamado é para outra área, como por exemplo, a área do aconselhamento. Muitos querem ensinar, não se importando que seu chamado seja apenas para o diaconato. A certeza especifica para qual área você foi chamado é a exercia que vai te levar a ter um ministério bem-sucedido.

4.    Para onde eu fui chamado? Pode não parecer importante, mas, o chamado tem um tempo especifico. Pode acontecer de você receber um chamado hoje, mas a sua execução ser bem mais na frente num futuro não muito próximo. Há também os que protelam a execução da sua chamada quando na verdade deveriam começar imediatamente. É muito importante que se saiba o tempo certo, como exemplo disso temos o caso de Davi que foi ungido rei quando ainda era um garoto, mas só subiu ao trono de Israel depois de se tornar um perito na arte da guerra. Outro detalhe de relevante importância é ter o conhecimento geográfico do seu chamado. Por incrível que pareça alguns obreiros tem seu chamado para uma localidade especifica. Para outros o chamado é universal. Isto quer dizer que se o obreiro não estiver na localização exata para onde ele foi chamado, pode não ter sucesso em seu ministério.

          E por fim devemos considerar tanto os aspectos internos como os externos de um chamado interno, o chamado traz uma convicção que somente o ministro pode saber se tem.

          O chamado interno é uma chama que queima no coração, é um desejo latente de desenvolver uma obra para Deus em alguma área especifica. Este chamado interno terá sua confirmação externa na forma do reconhecimento por parte da igreja.

          O chamado só é confirmado quando reconhecido pela igreja, essa confirmação aconteceu primeiro na consciência daquele que é chamado, em seguida pela igreja onde serve, ficando assim evidente o chamado para o ofício eclesiástico neste ministério; assim afirma o teólogo Game Edward Voith Jr.

          Os estudiosos da matéria em questão, afirmam que a convicção do chamado para o ministério deve fazer parte do sentido existencial do ministro. sendo assim o reconhecimento desse ministério pela igreja local é a certificação desta convicção que existe indelevelmente no coração do genuíno ministro. Tendo esta convicção o ministro procura se capacitar para o exercício da sua função. Neste sentido a busca pela capacitação se dar através: da oração perseverante, do jejum e da busca pelo conhecimento intelectual; a capacitação para o ministério é uma norma irrevogável para qualquer um que tenha sido vocacionado por Deus para o exercício de um ministério. Quando Deus escolhe alguém para o exercício de uma obra, primeiro Deus lhe dar os dons necessários para que ele tenha a capacidade para que com maestria e destreza realize a tarefa por Deus ordenada a ele.

revendo valores

Reverencia no Culto a Deus