Deus nos livra do perigo

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

RELACIONAMENTO COM DEUS

 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12: 14); “Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao Senhor, porque, na sua paz, voz tereis paz”. (Jr 29: 7); “E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e ao vosso entendimento em Cristo Jesus” (Fl 4: 7); “E a paz de Deus para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl 3: 15).
            Relacionamento: É o ato ou efeito de relacionar-se. É a capacidade de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com os outros, é uma ligação de amizade fraternal, afetiva, profissional, etc. condicionada por uma série de atitudes recíprocas que se chamam relação.
            Pessoal: Relativo ou pertencente a pessoas, individual, próprio de certa pessoa, indivíduos encarregados de certos serviços, pessoas reunidas por determinado motivo. Criatura humana homem ou mulher, qualquer ser humano como ele realmente existe, considerado singularmente como elemento de direito nas relações.
           Portanto, o relacionamento pessoal é o ato de realcionar-se, conviver e comunicar-se com outras pessoas, desenvolvendo boas ou más relações. Porém cabe a cada pessoa investir esforço, dedicação e muita compreensão para que sejam desenvolvidos sempre, bons relacionamentos, pois, relacionamento implica responsabilidade.
            Em nossa trajetória de vida existem varias áreas de relacionamento e convivência. Examinando essas áreas de relacionamento e responsabilidades encontramos os seguinte tipos de relacionamento:
        ·         Relacionamento com Deus
·         Relacionamento conjugal
·         Relacionamento familiar
·         Relacionamento no trabalho
·         Relacionamento com o governo
·         Relacionamento com a igreja
·         Relacionamento com a sociedade
·         Relacionamento com a política etc.
         Neste estudo quero enfatizar a importância do relacionamento pessoal destacando as três áreas de prioridades em nossas vidas.
        Observando os passos dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, podemos fazer a seguinte aplicação a cerca dos relacionamentos por eles vividos:
            1º - Abraão edificava altar (Gn 12: 7). Isto significa relacionamento com Deus. Portanto em primeiro lugar queremos destacar a importância do Relacionamento com Deus.
          - Abraão armava tendas (Gênesis 12: 8).   Siguinificado relacionamento familiar. Portanto em segundo lugar abordaremos a importância do relacionamento familiar.
          3º - Abraão cavava poços (Gn 26: 18, 18, 25).   Que representa o relacionamento com a igreja ou com o social. Portanto em terceiro ligar destacaremos a importância do relacionamento com na sociedade (social).
           Encontramos na Bíblia três palavras que traduzem perfeitamente o sentido do que siguinifica relacionamento com Deus que são elas: Paz, Comunhão e Confiança. Vejamos o que diz a Bíblia de Estudos Pentecostal sobre cada uma destas palavras:
            Paz - A palavra hebraica para Paz é Shalon. O significado básico de Shalon é: harmonia, plenitude, firmeza, e bem estar. Pode referir-se a tranqüilidade nos relacionamentos entre as nações, pode referir-se aos relacionamentos dentro de uma nação ausência de guerra. Pode ser experimentada também nos relacionamentos humanos dentro do lar (Pv 17. 1; 1º Co 7: 15), fora do lar (Rm 12: 18; Hb 12: 14; 1ª Pe 3: 11), com sua própria alma (Sl 4: 8; 119: 165; Jó 3.26) e com Deus (Nm 6: 26; Rm 5: 1).
           Comunhão. - O cálice que tomamos na santa Ceia do Senhor tipifica a morte de Cristo e o seu sofrimento sacrifical pelos nossos pecadores. Refere-se à participação do crente na salvação provida pela morte de Cristo, e é, portanto, o maior símbolo da comunhão existente entre o crente e a pessoa do Senhor Jesus Cristo. Comunhão Siguinifica ainda o maior nível de harmonia e relacionamento com o Salvador, (confronte com Jo 6: 53-57). A santa ceia não é a comunhão propriamente dita, só devem tomar ceia àqueles que realmente estiverem em comunhão com Deus e com as outras pessoas, por isto o apostolo Paulo nos diz em 1ª aos Coríntios 11: 28: “Examine-se, pois o homem a si mesmo e assim coma deste pão e beba deste cálice”. A ceia implica em comunhão e comunhão é relacionamento, conseqüentemente é ao mesmo tempo uma forma de relacionar-se com o passado com o presente e o com o futuro.
          Sua importância no passado: É um memorial e um ato de ação de graças pelas bênçãos e salvação da parte de Deus.
          Sua importância no presente: É um ato de comunhão (relacionamento) com Cristo e com os demais membros de seu corpo.
         Sua importância no futuro: É um antegozo ao futuro reino de Deus e do banquete messiânico, quando todos os crentes estarão presentes com o Senhor. Na ceia do Senhor toda essa importância mencionada acima só terá sentido se tivermos um verdadeiro relacionamento com o Senhor por meio de uma fé genuína, oração sincera e obediência a sua Palavra (Jo 14: 20.21 e 22).
          Confiança. - Confiar no Senhor de todo o coração é o inverso de duvidar dele e da sua Palavra. Esta confiança é fundamental em nosso relacionamento com Deus e tem base na premissa de que Ele é fidedigno (2ª Tm 2.11-13). Como filhos de Deus, podemos ter certeza de que nosso Pai celestial nos ama e que cuidará fielmente de nós, e conduzir-nos-á no caminho certo e cumprira as suas promessas. Nos tempos mais difíceis de nossas vidas podemos entregar ao Senhor o nosso caminho e confiar nele, pois, agirá em nosso favor (Mt 10.28-31; Sl 37.3-5). Confiança: (Sl 125.1; Hb 2.13; Jo 4.17; 5.14; Pv 3.5). Confiança é a segurança intima de procedimento; Segurança e o bom conceito que inspiram as pessoas de bom talento e descrição.  Confiança é a ausência de qualquer forma de dúvida. Este é o conceito de confiança, conforme o mini dicionário Aurélio Buarque de Holanda.
Exemplos de relacionamento com Deus.
    1º - Abraão.  Sua fé, confiança e desprendimento (Gênesis do cap. 12 ao 25).
      2º - Isaque.   Confiança nas promessas do Deus de seu pai (Gênesis cap. 22 ao 28).
      3º - Jacó.   Apesar de uma vida um tanto atrapalhada, confiava nas promessas do Deus de seus pais (Genesis cap. 25 a 35; 48 e 49).
      4º - José.  O relacionamento que José tinha com Deus, pode ser visto por meio da confiança e temor que José demonstrava em meio aos dissabores durante a trajetória de sua vida (Gênesis cap. 37- 47).
      5º - Moisés. O relacionamento deste homem com Deus era tão profundo que em Gênesis 63 está escrito o seguinte: “Eu apareci a Abraão, Isaque e Jacó, como o Deus todo poderoso; mas pelo meu nome o SENHOR não lhes fui perfeitamente conhecido”. Isso não siguinifica que os patriarcas não tenham conhecido esse NOME, mas sim que não receberam a plena revelação do seu siguinificado.
Aprofundando o relacionamento com Deus  (Os 6.3; Mt 22.34-40).
        Observando os textos acima podemos perceber que os relacionamentos se constroem progressivamente, isto é, à medida que eu me aproximo de Deus, que eu procuro conhecê-lo melhor; minha relação com Ele vai se tornando mais estreita e profunda. Conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor não é algo acabado, não é relacionamento realizado concluído, estático. Um relacionamento se constrói de forma progressiva, isto é relacionamento. À medida que eu me aproximo de Deus, à medida que eu procuro conhecê-lo, na medida em que eu me esforço em obedecê-lo, eu construo um relacionamento cada vez mais profundo, duradouro e progressivo.
          No Evangelho de Mateus encontramos um fariseu perito no Antigo Testamento, que passava boa parte do seu tempo estudando o siguinificado de cada um dos mandamentos. Este homem era um religioso, devotado ao legalismo e queria ver se ele seria melhor do que os saduçeus, que há pouco tempo tentaram colocar Cristo em maus lençóis, alem disso queria testar a Cristo;Mestre qual é o grande mandamento da Lei? Jesus respondendo disse:Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todo o teu pensamento”. Aqui está o relacionamento mais importante, mais siguinificativo da vida, o relacionamento com Deus, e aqui está também à responsabilidade básica neste relacionamento que também é a base para todos os relacionamentos – o AMOR. Cristo está dizendo: coloque Deus em primeiro lugar. Dê a Deus a prioridade numero um. Ofereça o seu melhor para Deus. Fazendo assim você estará construindo de forma progressiva com o seu relacionamento com Deus. É dessa forma que a Bíblia enfatiza nosso relacionamento siguinificativo e nossas responsabilidades neste relacionamento.
Expandindo nosso conhecimento de Deus  (2ª Pe 3.17, 18; Sl 139).
          Os crentes não nasceram apenas para viver; nasceram para crescer. Todo o assunto abordado nesse Estudo Bíblico implica em fazer crescer o seu relacionamento com Deus. O crescimento envolve expansão e mudança. Expansão de conhecimento e mudança de comportamento.
       a) - Se eu quiser evitar tornar-me estático, fixo, parado, se eu quiser seguir um processo de crescimento, então, meu conhecimento de Deus deve espandir-se e toda a minha vida certamente vai mudar por que o crescimento é um processo dinâmico. A fim de desenvolver um relacionamento com Deus, devemos conhecer o siguinificado e as implicações de cada uma das qualidades e características da nossa vida
     b) - Precisamos da verdade? A palavra de Deus é a verdade. Precisamos de habilidade para entender a verdade? Ele é Onipotente. Precisamos de um modelo para seguir? Cristo é Deus em forma de homem.  Precisamos de padrões.  Ele é Retidão. Precisamos de aceitação? Ele é amor. Precisamos saber quem comanda? Ele está no controle de todas as coisas. Aleluia!
       c) - Nossa responsabilidade nesse relacionamento é agarrar tudo o que é verdadeiro a respeito de Deus. É por isso que Paulo diz aos Efésios: “Jamais deixei de vos anunciar coisa alguma proveitosa... jamais deixei de vos anunciar todo o desiguinio de Deus” (Atos 20.20 27). Mais tarde ele escreve a esse mesmo povo dizendo: “sede imitadores de Deus”. “Revesti-vos de toda a armadura de Deus” (Ef 5.1; 6.11).
        d) - A filosofia de vida do apostolo Paulo estava toda pontilhada deste anseio porque ele queria “conhecer” (Fl 3. 10). Pedro atingiu o clímax de toda a sua abordagem, em sua segunda epistola, ao dizer aos seus leitores que a única maneira de não estraviar-se ou ficar estático éCrescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo(2ª Pe 3.17, 18).         
       e) - Davi demonstra no Salmo 139, que ele conhece a Deus, que ele travou batalha com a natureza de Deus, que ele relacionou certos atributos de Deus com sua própria experiência humana. Nos versículos 1 a 6 ele faz com que a consciência de Deus penetre na vida mais complexa e confusa que ele conhece - a sua própria vida.Senhor, Tu me sondas e me conheces, (Sl139. 1). Nos versículos 7 a 12, ele funde a onipresença de Deus a sua própria limitação. “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? (Sl 139: 7). Nos versículos 13 a 16 ele liga a Onipotência de Deus ao ser mais fraco e intrigante que ele conhece – o próprio salmista. “Pois, tu formaste o meu interior, vós me tecestes no seio da minha mãe (139.13). Nos versículos 19 a 24 ele confronta o pecado do homem com a santidade e a justiça de Deus, e torna-se tão envolvido pessoalmente que declara o seguinte: Não aborreço eu, Senhor, aos que me aborrecem”? (Sl 139.21).    
        f) - Nos últimos versículos ele vai tão a fundo nesta sondagem que roga ao Deus santíssimo que sonde o seu próprio coração (Sl 13. 23-24). Aqui está um homem que põe Deus em primeiro lugar porque estava cumprindo suas responsabilidades para com Deus e para consigo mesmo, a fim de tornar-se mais intimo de seu Criador e seu Redentor.
        g) - Devemos amar a Deus. Isso envolve a guarda dos seus mandamentos. Conhecer a Deus é tarefa que dura a vida inteira, que deveria ter importância estratégica para cada crente. E à medida que o vamos conhecendo de verdade vamos também satisfazendo nossas necessidades. Precisamos conheçelo. A interação consiste com a pessoa e a obra de Deus, e é uma das responsabilidades básicas do crente. É prioridade numero um no nosso relacionamento pessoal com Deus.
          Espero que vocês tenham aprendido quais são as palavras que traduzem de forma perfeita no sentido que siguinifica o relacionamento com Deus, e, visto como a experiência é pessoal e intransferível no que diz respeito ao relacionamento com Deus, meu desejo é que possamos aprofundar mais o nosso relacionamento com o bom Deus, para que assim tenhamos uma expressão maior do seu conhecimento em nossa vida.

Imitando a Cristo na submissão a Deus



Imitando a Cristo na Submissão a Deus

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, a si mesmo esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.5-8); “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era o que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado na forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz” (Bíblia NVI).
 
            Certamente que a doutrina da submissão espiritual é uma das principais da Bíblia Sagrada, sendo bastante lamentável que não seja ensinada com freqüência ao povo de Deus, especialmente aos obreiros do Senhor, o que, sem dúvida alguma estimula a insubmissão de muitos e as danosas conseqüências espirituais.
 
            A palavra “submissão” siguinifica: “Ato ou efeito de subimeter-se (a uma autoridade, a uma lei, a uma força); obediência, sujeição, subordinação; Disposição para aceitar um estado de dependência; docilidade; Estado de rebaixamento servil, humildade afetada; subserviência” (Dicionário Aurélio). Ou seja, o submisso pode ser tanto aquele que se submete ou obedece conscientemente, a hipótese de Cristo, quanto àquele que se rebaixa servilmente a outra pessoa, o caso do escravo, pois, no primeiro caso a submissão não é imposta, enquanto no segundo caso, é imposta ou aceita por bajulação ou adulação, sendo esta a principal distinção entre submissão e subserviência. Cristo não foi subserviente a Deus, mas submisso a Ele, sendo esta a lição que estudaremos a seguir.
           1 – A submissão a Deus - Deus é o único ser que não se submete a ninguém, por ser o criador de todas as coisas; por sua soberania de vontade e por ser Deus. Como Ele, assim também é Cristo e o Espírito Santo, já que ambos têm a mesma natureza divina. No texto em destaque, o apostolo Paulo deixa isto bem claro, quando falando de Cristo, diz que “sendo em forma de Deus” não usurpou ser igual a Deus.
 
            Em Atos capítulo 5 no episódio que envolveu a Ananias e sua esposa Safira, o apostolo Pedro peerguntou-lhe porque ele tinha mentido ao Espírito Santo dizendo em seguida: “não mentistes aos homens, mas a Deus”, vs. 3. É fácil então concluir que, a santíssima trindade, sendo composta por três pessoas espirituais distintas, caracteriza-se pela unidade espiritual, não havendo, porém, submissão de uma para com a outra pessoa, pois os três são Deus, havendo uma comunhão perfeita e insolúvel, nada decidido por maioria, sempre pela unanimidade. Isto é, a perfeição.
 
         Quando da realização do plano da redenção humana, idealizado por Deus, Cristo o cumpriu por que se ofereceu ao Pai, embora que, como Deus, pudesse não aceitalo, nada lhe sendo imposto. Falando aos seus discípulos a cerca de sua disponibilidade a Deus, Jesus assim disse: “Por isso o pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas, eu espontaneamente a dou. Eu tenho autoridade para dá-la, e autoridade para tomá-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17-18). Por causa da disponibilização de Cristo para cumprir o projeto divino da restauração dos homens, é que o apostolo Paulo disse que Ele “não teve por usurpação ser iguala Deus, mas a si mesmo esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Entretanto, quando se tornou humano por decisão própria e para agradar ao Pai, Ele teve que “aprender” muitas coisas inerentes aos mortais, que lhe eram desconhecidas na dimensão exclusivamente celestial. Por exemplo, na carta aos Hebreus 5.8 está registrada a santa informação de que, “embora sendo filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu”. Ou seja, enquanto não humanizado, Cristo não conhecia a obediência, já que é Deus, tanto quanto o Pai e o Espírito Santo o são. Entretanto, para servir como exemplo para os humanos, ele teve que suportar certas situações que eram do agrado do Pai, como a ida dele para o deserto para ser tentado pelo diabo, pois está registrado que “Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”. Humanamente falando, Jesus não teria motivos plausíveis para ir ao deserto, visto que, la nada existe de interessante e atraente. Era porem, a vontade do Pai que ele tivesse as trágicas experiências do encontro com o tentador maligno, para que servisse de exemplo para aqueles que viriam a ser salvos. Dai a necessidade de ele ser “levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”.
            O maior destaque no contexto é o indispensável e insubstituível papel desempenhado pelo Espírito Santo na aquisição do conhecimento divino, pelo ser humano. O mesmo entendimento devemos adotar, ante a atitude de Cristo no Getsêmani na noite em que foi traído, quando falando com um dos seus discípulos que tentara lhe defender pessoalmente utilizando uma espada lhe disse: “Ou pensas tu que eu não poderia orar a meu Pai. E ele me mandaria imediatamente mais de doze legiões de anjos? Como, pois se cumpririam as Escrituras que dizem que assim deve acontecer” (Mt 26.53-54). Ou seja, Jesus, naquele momento tinha chegado ao superior estágio espiritual do pleno “conhecimento da verdade” do Pai em sua vida já que abdicou o direito de pedir proteção ao Pai, embora soubesse que se pedisse, seria imediatamente atendido; o que se tivesse acontecido desmentiria as verdades divinas contidas nas escrituras.
 
        2 – Os Três elementos constituídos da submissão. Renuncia - Humildade - Obediência
 
     Renuncia. No contexto bíblico básico acima descrito, descobre-se um Cristo “que a si mesmo esvaziou tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homes” (esvaziar é: tirar a importância, a significação, o conteúdo, a razão de ser). Ao “esvaziar-se” Cristo exerceu o direito personalíssimo da renúncia, pois, para esta ser legítima tem que ser um ato livre de imposição ou coação, como o próprio significado da palavra indica: “Deixar voluntariamente a posse de: desistir de; abdicar de”.
 
            A humanização de Cristo dependia incisivamente de sua renúncia; sem renúncia não haveria humanização, não haveria redenção, sem redenção haveria apenas perdição. Por outro lado a humanização de Cristo é também indispensável à redenção, pois, para esta acontecer é também indispensável à intercessão ou mediação de alguém junto a Deus. Daí a necessidade de Cristo haver se humanizado, o que o torna único intercessor ou advogado a ser aceito por Deus para que perdoe o pecador. E esta interseção é formalizada pelo princípio da solidariedade, como está escrito: pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se de nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hb 4.15). A renúncia de Cristo, portanto, é o indicativo seguro de que esta é indispensável na submissão espiritual.
 
       Humildade. Diz também o apostolo Paulo que Cristo humilhou-se a si mesmo. É comum o uso do vocábulo “Humilde” como indicativo de pessoas despojadas de recursos e bens materiais. Entretanto a humildade que leva o crente a ser submisso é oposta a pobreza material, uma vez que Cristo disse que devemos aprender com Ele a sermos “mansos e humildes de coração”. É a humildade espiritual que não se confunde com a material.
 
            Consultando o Dicionário Aurélio, descobrimos que ser humilde é ser: “Singelo, simples, modesto, pobre, respeitoso, acatador, submisso”.
 
           Como humilde também siguinifica pobre, espiritualmente falando, o pobre que é humilde, não é aquela pessoa sem recursos materiais; porém, aquele que é “pobre de espírito”, como disse Jesus no célebre sermão da montanha: “Bem aventurado os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Assim sendo, como a submissão de Cristo a Deus foi espontânea, quando Cristo “humilhou-se a si mesmo”, em verdade Ele se fez “pobre”, como disse o apostolo Paulo: “Pois já conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2º Co 8.9). Sendo assim, não há como não afirmar com convicção que sem a Humildade que leva ao esvaziamento e a pobreza de espírito, não existe submissão espiritual.
 
          Obediência. O terceiro elemento espiritual característico da submissão é a obediência, tanto que no texto em estudo esta dito que Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz”. Por sua vez, a obediência siguinifica “submissão a vontade de alguém; docilidade”.
 
           Como comentado acima, Cristo teve que “aprender” muitas coisas inerentes aos mortais, que lhe eram desconhecidas na dimensão exclusivamente celestial. Como obedecer siguinifica também “Estar sob a autoridade de: estar sujeito; prestar vassalagem; submeter-se ao mais forte”. Como Deus, Ele não conhecia a obediência, já que entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo não existem a opressão que caracteriza a obediência vassala. Cristo não cumpriu o plano da redenção humana porque o Pia lhe impôs, ou por medo de perder alguma coisa, ou de sofrer algum dano. Ao contrario Ele conhecendo que o perdão de Deus aos humanos incluía necessariamente o derramamento de sangue dum voluntário, “pois, sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”, Cristo se ofereceu para ser o humano que teria o seu sangue derramado, e com isto estaria agradando ao Pai, como dito pelo profeta Isaias 53.10: Todavia ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”. Por isto, foi “obediente até a morte, e morte de cruz
 
           No Getsêmani ficou bem demonstrada a batalha espiritual entre a divindade e a humanidade de Cristo. Pela divindade Ele tinha consciência de que para agradar ao Pai, tinha que passar pela cruz; como humano sofria horrores ante a perspectiva do sofrimento que lhe esperava, o qual foi tipificado por um “cálice”. Como humano temia, sofria, agonizava, até espantando seus apóstolos quando lhes disse que estava “triste até a morte”; como Deus, pela obediência que o levou a ser submisso a vontade do Pai, acrescentou: todavia, não seja como eu quero, mas, como tu queres” (Mt 26. 39).
          3 - O pecado da insubmissão - Sem qualquer resquício de dúvida podemos afirmar que o diabo é o autor do pecado da insubmissão. Segundo o relato de Jesus, ele o diabo não foi tentado a pecar, porém nasceu em seu coração o desejo de pecar. Assim disse Jesus: Vós pertenceis a vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi homicida desde o principio, e não se firmou na verdade, pois não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é mentiroso e pai da mentira João 8.44. Pelo registro contido em Ezequiel 28.2, a profecia a cerca do rei de Tiro aplica-se ao diabo, cuja mensagem deixa transparente de como foi perpetrado o pecado da insubmissão, o qual teve como gênese exatamente a usurpação que não houve em Cristo Jesus, considerando que usurpar siguinifica: “Apossar-se violentamente de; adquirir com fraude; alcançar sem direito, exercer indevidamente; assumir o exercício de, por fraude, artifício ou força; tomar a força”. Assim está escrito: Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor Deus: No orgulho do teu coração tu dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me acento no meio dos mares (sendo tu homem, e não Deus), e estimas o teu coração como se fora o coração de Deus”. Mais tarde, o apostolo Paulo discorrendo sobre o mesmo tema, assim deixou registrado: ”Ninguém de maneira alguma vos engane, pois isto não acontecerá sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição. Ele se opõe e se levanta sobre tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, de sorte que se acentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2ª Ts 2.3-4). Igualmente, os males sociais estão diretamente ligados ao pecado da insubmissão humana aos princípios legais, morais, sociais e naturais.
  
            É de conhecimento geral os danos impingidos a humanidade nos dias atuais sobre a insubmissão das leis naturais, como disse o apostolo Paulo aos romanos: Pelo que Deus os abandonou as paixões infames. Até as sua mulheres mudaram o uso natural no contrario a natureza. semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, inflamaram-se em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem...” (Rm 1.26-27).  É, pois, muito grande o pecado da insubmissão, o qual tem como autor o diabo, cujo pecado, quando perpetrado não fica impune, sofrendo o pecador a penalidade devida ao seu erro, como relatou o mesmo apostolo Paulo. 
          Sejamos submissos por principio de fé, para que sejamos abençoados por Deus e o seu nome seja glorificado em nós.

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Reverencia no Culto a Deus