Salmo 37.23-24 Os
passos de um homem bom são confirmados pelo SENHOR, e ele deleita-se no seu
caminho. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR o sustém com a sua
mão.
O salmista começa dizendo: “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele
deleita-se no seu caminho” (Salmos 37.23).
Marcos 10.18: “E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Nin-guém há bom senão
um, que é Deus”.
Mas, não trata-se de uma bondade
plena, e sim, de alguém que pratica o bem, por ser salvo, é apenas fruto do
Espírito; “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperan-ça” (Gálatas 5.22).
O próprio Cristo fala do homem bom em
Lucas 6.45, quando diz: “O homem bom, do bom tesouro do
seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o
mal, porque da abundância do seu coração fala a boca”.
Então o salmista não erra a adjeti-var
o homem fiel de “bom”, pois Deus através de sua infinita graça e de seu amor
incomensur-ável é capaz de nos declarar bons homens.
No versículo que se segue o salmista
diz: “Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com
a sua mão” (Salmos 37.24).
Parece até uma contradição, dizer que
os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor e depois falar de queda.
Como imaginar um homem bom caindo? Mas, é isso que o texto diz, “ainda que
caia”. Então começamos a perceber que ser bom, não nos isenta de fracassos e
falhas, que mesmo sendo “bons” corremos ris-co de cairmos.
Isso nos ensina que não somos supér
crentes, como já escreveu Paulo Romeiro: “nossa
santidade não nos imuniza de pecarmos, continuamos seres imperfeitos, pecadores”.
Comecei a pensar em alguns
personagens bíblicos que foram elogiados por Deus, mas, que de vez em quando
errava, ai me veio à mente Deus chamando Abraão de seu amigo: “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência
de Abraão, meu amigo” (Isaías 41.8).
Tiago 2.23 diz: “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e
foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus”.
Em 2 Crônicas 20.7 está escrito: “Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta
terra, de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à des-cendência
de Abraão, teu amigo?”
Em Gênesis 20.2, encontramos esse
mesmo Abraão mentindo: “E, havendo Abraão dito de Sara, sua mulher: É
minha irmã, enviou Abi-meleque, rei de Gerar, e tomou a Sara”.
Agora observe o que Deus diz de Davi:
“E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao
qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem
conforme o meu coração, que executará toda a minha vonta-de” (Atos
13.22).
No entanto, veja o que fez Davi: “Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal
diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher
tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom”
(2 Samuel 12.9).
Observemos ainda Deus falando sobre o
apóstolo Paulo: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este
é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos
reis e dos filhos de Israel” (Atos 9.15).
E agora veja o que o próprio apóstolo
diz sobre si: “Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço,
mas o que aborreço isso faço” (Romanos 7.15).
“Porque não faço o bem que que-ro, mas
o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7.19).
“Miserável homem que eu sou! Quem me livrará
do corpo desta morte?” (Romanos 7.24).
Concluo então dizendo que apesar dos
nossos esforços para sermos fiéis a Deus, e apesar do Senhor nos chamar de
bons, isso não nos torna perfeitos, somos deficientes, e carecemos da graça de
Deus para continuarmos de pé.
Contudo, Deus confirma nossos passos,
quando reconhecemos nossa pequenez diante dele.
“Então disse eu: Ai de mim, pois estou
perdido! Porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo
de impuros lábios; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Porém
um dos serafins voou para mim trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do
altar com uma tenaz; E com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que isto
tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado” (Isaías 6.5-7).