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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Imitando a Cristo na submissão a Deus



Imitando a Cristo na Submissão a Deus

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, a si mesmo esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.5-8); “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era o que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado na forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz” (Bíblia NVI).
 
            Certamente que a doutrina da submissão espiritual é uma das principais da Bíblia Sagrada, sendo bastante lamentável que não seja ensinada com freqüência ao povo de Deus, especialmente aos obreiros do Senhor, o que, sem dúvida alguma estimula a insubmissão de muitos e as danosas conseqüências espirituais.
 
            A palavra “submissão” siguinifica: “Ato ou efeito de subimeter-se (a uma autoridade, a uma lei, a uma força); obediência, sujeição, subordinação; Disposição para aceitar um estado de dependência; docilidade; Estado de rebaixamento servil, humildade afetada; subserviência” (Dicionário Aurélio). Ou seja, o submisso pode ser tanto aquele que se submete ou obedece conscientemente, a hipótese de Cristo, quanto àquele que se rebaixa servilmente a outra pessoa, o caso do escravo, pois, no primeiro caso a submissão não é imposta, enquanto no segundo caso, é imposta ou aceita por bajulação ou adulação, sendo esta a principal distinção entre submissão e subserviência. Cristo não foi subserviente a Deus, mas submisso a Ele, sendo esta a lição que estudaremos a seguir.
           1 – A submissão a Deus - Deus é o único ser que não se submete a ninguém, por ser o criador de todas as coisas; por sua soberania de vontade e por ser Deus. Como Ele, assim também é Cristo e o Espírito Santo, já que ambos têm a mesma natureza divina. No texto em destaque, o apostolo Paulo deixa isto bem claro, quando falando de Cristo, diz que “sendo em forma de Deus” não usurpou ser igual a Deus.
 
            Em Atos capítulo 5 no episódio que envolveu a Ananias e sua esposa Safira, o apostolo Pedro peerguntou-lhe porque ele tinha mentido ao Espírito Santo dizendo em seguida: “não mentistes aos homens, mas a Deus”, vs. 3. É fácil então concluir que, a santíssima trindade, sendo composta por três pessoas espirituais distintas, caracteriza-se pela unidade espiritual, não havendo, porém, submissão de uma para com a outra pessoa, pois os três são Deus, havendo uma comunhão perfeita e insolúvel, nada decidido por maioria, sempre pela unanimidade. Isto é, a perfeição.
 
         Quando da realização do plano da redenção humana, idealizado por Deus, Cristo o cumpriu por que se ofereceu ao Pai, embora que, como Deus, pudesse não aceitalo, nada lhe sendo imposto. Falando aos seus discípulos a cerca de sua disponibilidade a Deus, Jesus assim disse: “Por isso o pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas, eu espontaneamente a dou. Eu tenho autoridade para dá-la, e autoridade para tomá-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17-18). Por causa da disponibilização de Cristo para cumprir o projeto divino da restauração dos homens, é que o apostolo Paulo disse que Ele “não teve por usurpação ser iguala Deus, mas a si mesmo esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Entretanto, quando se tornou humano por decisão própria e para agradar ao Pai, Ele teve que “aprender” muitas coisas inerentes aos mortais, que lhe eram desconhecidas na dimensão exclusivamente celestial. Por exemplo, na carta aos Hebreus 5.8 está registrada a santa informação de que, “embora sendo filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu”. Ou seja, enquanto não humanizado, Cristo não conhecia a obediência, já que é Deus, tanto quanto o Pai e o Espírito Santo o são. Entretanto, para servir como exemplo para os humanos, ele teve que suportar certas situações que eram do agrado do Pai, como a ida dele para o deserto para ser tentado pelo diabo, pois está registrado que “Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”. Humanamente falando, Jesus não teria motivos plausíveis para ir ao deserto, visto que, la nada existe de interessante e atraente. Era porem, a vontade do Pai que ele tivesse as trágicas experiências do encontro com o tentador maligno, para que servisse de exemplo para aqueles que viriam a ser salvos. Dai a necessidade de ele ser “levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”.
            O maior destaque no contexto é o indispensável e insubstituível papel desempenhado pelo Espírito Santo na aquisição do conhecimento divino, pelo ser humano. O mesmo entendimento devemos adotar, ante a atitude de Cristo no Getsêmani na noite em que foi traído, quando falando com um dos seus discípulos que tentara lhe defender pessoalmente utilizando uma espada lhe disse: “Ou pensas tu que eu não poderia orar a meu Pai. E ele me mandaria imediatamente mais de doze legiões de anjos? Como, pois se cumpririam as Escrituras que dizem que assim deve acontecer” (Mt 26.53-54). Ou seja, Jesus, naquele momento tinha chegado ao superior estágio espiritual do pleno “conhecimento da verdade” do Pai em sua vida já que abdicou o direito de pedir proteção ao Pai, embora soubesse que se pedisse, seria imediatamente atendido; o que se tivesse acontecido desmentiria as verdades divinas contidas nas escrituras.
 
        2 – Os Três elementos constituídos da submissão. Renuncia - Humildade - Obediência
 
     Renuncia. No contexto bíblico básico acima descrito, descobre-se um Cristo “que a si mesmo esvaziou tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homes” (esvaziar é: tirar a importância, a significação, o conteúdo, a razão de ser). Ao “esvaziar-se” Cristo exerceu o direito personalíssimo da renúncia, pois, para esta ser legítima tem que ser um ato livre de imposição ou coação, como o próprio significado da palavra indica: “Deixar voluntariamente a posse de: desistir de; abdicar de”.
 
            A humanização de Cristo dependia incisivamente de sua renúncia; sem renúncia não haveria humanização, não haveria redenção, sem redenção haveria apenas perdição. Por outro lado a humanização de Cristo é também indispensável à redenção, pois, para esta acontecer é também indispensável à intercessão ou mediação de alguém junto a Deus. Daí a necessidade de Cristo haver se humanizado, o que o torna único intercessor ou advogado a ser aceito por Deus para que perdoe o pecador. E esta interseção é formalizada pelo princípio da solidariedade, como está escrito: pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se de nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hb 4.15). A renúncia de Cristo, portanto, é o indicativo seguro de que esta é indispensável na submissão espiritual.
 
       Humildade. Diz também o apostolo Paulo que Cristo humilhou-se a si mesmo. É comum o uso do vocábulo “Humilde” como indicativo de pessoas despojadas de recursos e bens materiais. Entretanto a humildade que leva o crente a ser submisso é oposta a pobreza material, uma vez que Cristo disse que devemos aprender com Ele a sermos “mansos e humildes de coração”. É a humildade espiritual que não se confunde com a material.
 
            Consultando o Dicionário Aurélio, descobrimos que ser humilde é ser: “Singelo, simples, modesto, pobre, respeitoso, acatador, submisso”.
 
           Como humilde também siguinifica pobre, espiritualmente falando, o pobre que é humilde, não é aquela pessoa sem recursos materiais; porém, aquele que é “pobre de espírito”, como disse Jesus no célebre sermão da montanha: “Bem aventurado os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Assim sendo, como a submissão de Cristo a Deus foi espontânea, quando Cristo “humilhou-se a si mesmo”, em verdade Ele se fez “pobre”, como disse o apostolo Paulo: “Pois já conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2º Co 8.9). Sendo assim, não há como não afirmar com convicção que sem a Humildade que leva ao esvaziamento e a pobreza de espírito, não existe submissão espiritual.
 
          Obediência. O terceiro elemento espiritual característico da submissão é a obediência, tanto que no texto em estudo esta dito que Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz”. Por sua vez, a obediência siguinifica “submissão a vontade de alguém; docilidade”.
 
           Como comentado acima, Cristo teve que “aprender” muitas coisas inerentes aos mortais, que lhe eram desconhecidas na dimensão exclusivamente celestial. Como obedecer siguinifica também “Estar sob a autoridade de: estar sujeito; prestar vassalagem; submeter-se ao mais forte”. Como Deus, Ele não conhecia a obediência, já que entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo não existem a opressão que caracteriza a obediência vassala. Cristo não cumpriu o plano da redenção humana porque o Pia lhe impôs, ou por medo de perder alguma coisa, ou de sofrer algum dano. Ao contrario Ele conhecendo que o perdão de Deus aos humanos incluía necessariamente o derramamento de sangue dum voluntário, “pois, sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”, Cristo se ofereceu para ser o humano que teria o seu sangue derramado, e com isto estaria agradando ao Pai, como dito pelo profeta Isaias 53.10: Todavia ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”. Por isto, foi “obediente até a morte, e morte de cruz
 
           No Getsêmani ficou bem demonstrada a batalha espiritual entre a divindade e a humanidade de Cristo. Pela divindade Ele tinha consciência de que para agradar ao Pai, tinha que passar pela cruz; como humano sofria horrores ante a perspectiva do sofrimento que lhe esperava, o qual foi tipificado por um “cálice”. Como humano temia, sofria, agonizava, até espantando seus apóstolos quando lhes disse que estava “triste até a morte”; como Deus, pela obediência que o levou a ser submisso a vontade do Pai, acrescentou: todavia, não seja como eu quero, mas, como tu queres” (Mt 26. 39).
          3 - O pecado da insubmissão - Sem qualquer resquício de dúvida podemos afirmar que o diabo é o autor do pecado da insubmissão. Segundo o relato de Jesus, ele o diabo não foi tentado a pecar, porém nasceu em seu coração o desejo de pecar. Assim disse Jesus: Vós pertenceis a vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi homicida desde o principio, e não se firmou na verdade, pois não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é mentiroso e pai da mentira João 8.44. Pelo registro contido em Ezequiel 28.2, a profecia a cerca do rei de Tiro aplica-se ao diabo, cuja mensagem deixa transparente de como foi perpetrado o pecado da insubmissão, o qual teve como gênese exatamente a usurpação que não houve em Cristo Jesus, considerando que usurpar siguinifica: “Apossar-se violentamente de; adquirir com fraude; alcançar sem direito, exercer indevidamente; assumir o exercício de, por fraude, artifício ou força; tomar a força”. Assim está escrito: Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor Deus: No orgulho do teu coração tu dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me acento no meio dos mares (sendo tu homem, e não Deus), e estimas o teu coração como se fora o coração de Deus”. Mais tarde, o apostolo Paulo discorrendo sobre o mesmo tema, assim deixou registrado: ”Ninguém de maneira alguma vos engane, pois isto não acontecerá sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição. Ele se opõe e se levanta sobre tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, de sorte que se acentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2ª Ts 2.3-4). Igualmente, os males sociais estão diretamente ligados ao pecado da insubmissão humana aos princípios legais, morais, sociais e naturais.
  
            É de conhecimento geral os danos impingidos a humanidade nos dias atuais sobre a insubmissão das leis naturais, como disse o apostolo Paulo aos romanos: Pelo que Deus os abandonou as paixões infames. Até as sua mulheres mudaram o uso natural no contrario a natureza. semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, inflamaram-se em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem...” (Rm 1.26-27).  É, pois, muito grande o pecado da insubmissão, o qual tem como autor o diabo, cujo pecado, quando perpetrado não fica impune, sofrendo o pecador a penalidade devida ao seu erro, como relatou o mesmo apostolo Paulo. 
          Sejamos submissos por principio de fé, para que sejamos abençoados por Deus e o seu nome seja glorificado em nós.

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